A propósito do artigo recente no New York Times (Portuguese Just Shrug and Go On in the Face of Cuts and Job Losses)
Confesso que a resiliência de que nos gabam me parece tanto uma qualidade como um defeito e um potencial risco.
...à falta de investimento em capital humano, como referem, precisamos de diminuir salários... Paradoxalmente, no mesmo artigo, é feita uma referência à sabedoria da sociedade portuguesa, ao saber aguardar de forma serena e à nossa (mundialmente famosa) resignação (dos humildes)...
A adaptação a condições extremas do ajuste que estamos a sentir já está a produzir resultados macro (isto é, o país, como um todo, apresenta números melhores).
No entanto, a nível micro (isto é, cada um de nós e as empresas) está num arco de esforço e muito perto da linha de quebra.
Uma boa imagem é a do fenómeno dos sismos: o problema não é que ocorram regularmente, isso até é bom; o problema é se não são muito habituais, quando ocorrem podem ter uma magnitude que provoca mudança e impacto (eufemismo sereno, claro).
Impostos demasiadamente elevados e injustos, desequilíbrio nos sacrifícios, justiça arbitrária, um excessivo estado securitário, uma previsível quebra de emprego em Setembro, um não elevado sentido de estado pelas nossas figuras públicas, podem levar a ponto de não retorno.
Precisamos de serenidade, mas também de bom senso e comunicação por parte de todos os que possuem responsabilidades (e somos todos nós, mas em especial as figuras públicas e, em primeiro caso, as figuras de estado e os políticos).
... é que os tempos das grandes mudanças estão aí e também para a europa - afinal, sempre estamos no centro do mundo!
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