Freedom is not worth if it does not include the freedom to make mistakes
Mahatma Gandhi (1869 - 1948)
No man is wise enough by himself
Titus Maccius Plautus (254 BC - 184 BC)
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3 questões sobre redes sociais

1 – O que pode explicar o facto de os portugueses serem tão adeptos das redes sociais?

A popularidade nacional das redes sociais está em linha com fenómenos como a adopção de telemóveis e o uso intensivo de sms que também é relevante no nosso contexto. As redes sociais na Internet possuem um encanto de modernidade e de proximidade a círculos de relacionamentos mais abertos que os peritidos em presença física, pelas normais restrições logísticas (de deslocação e tempo) e pelos custos associados (quer económicos, talvez os mais óbvios, mas também de tempo).

Adicionalmente, a novidade, o imediato e a facilidade de utilização (principalmente do Facebook) tornaram ainda mais as redes sociais como uma aplicação social e de moda.


2- Considera que estas relações virtuais podem por em causa as relações cara-a-cara?

Pessoalmente duvido que as substituam, mas claramente que as irão transformar.
Por um lado, torna o contacto presencial mais importante e restrito. A transformação vai no sentido de tornar especial as relações presenciais e de as complementar com uma proximidade maior por meio do digital. Por outro lado, a capacidade de gerir uma escala que até à bem pouco não seria humana de conhecidos, amigos e relacionamentos , aumentou e muito. Também aí, as consequências serão grandes e necessitamos de nos adaptar a gerir o tempo e a atenção de uma outra forma - aspectos cruciais para uma vida de conforto moderna.


3 – Que desafios futuros se colocam na utilização das redes sociais?

Precisamente gerir e tornar sustentáveis os múltiplos relacionamentos quer na escala quer nas solicitações que originam.
Por outro lado, garantir níveis de privacidade e de protecção do indivíduo serão aspectos em que teremos de investir mais de nós, enquanto indivíduos, grupos e nós de uma rede de relacionamentos que cresce exponencialmente e se torna mais complexa.

Muito dos aspectos associados com o impacte das redes sociais na forma como aprendemos, nos divertimos e trabalhamos, estão ainda por entender e, ainda mais longe, perceber o seu verdadeiro impacte.


Recentemente, escrevi um artigo relacionado com o tema da Web social que pode ser obtido em http://homepage.ufp.pt/~lmbg/com/mediasocial_lmbg10_final.pdf
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Uma das mensagens de Pessoa

Fernando Pessoa (Lisboa, 13 de Junho de 1888 - Lisboa, 30 de Novembro de 1935)
Gosto do texto, é forte e sentido, como quem sabe que a vida é para ser vivida e por vezes demasiado sentida :-)

Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo.

E que posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
se tornar um autor da própria história.

É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.

É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...

(Fernando Pessoa)
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O Euro, a sua relação com o dólar e os impostos...

Na sequência de outros posts aqui colocados sobre este tema tão quente e que nos é tão próximo, recebi por email (obrigado Carmona!) mais uma estória que não resisto a partilhar.


Este texto põe em evidência o esforço que é para Portugal "carregar" o euro como moeda e, de certa forma, o seu custo de o fazer, quando começamos a comparar preços e nível de vida (aviso, apesar de tudo, as proporções não estão correctas, embora a paridade dólar/euro, possa ajudar a manter distâncias, que de facto existem). Aí vai!


Como seria útil e transparente, um serviço público europeu que agregasse num mesmo site informação de referência sobre custos associados com a qualidade de vida em cada um dos seus Estados membros, de forma a permitir a comparação de custos de referência - uma primeira medida para a real sustentação do Euro e para a Europa social tantas vezes apregoada.


"Nós, portugueses, somos pobres?!!?


Estava há dias a falar com um amigo meu nova-iorquino que conhece bem Portugal.

Dizia-lhe eu à boa maneira do “coitadinho” português:

- Sabes, nós os portugueses, somos pobres ...

Esta foi a sua resposta:

- Como podes tu dizer que sois pobres, quando sois capazes de pagar por um litro de gasolina, mais do triplo do que pago eu?

Quando vos dais ao luxo de pagar tarifas de electricidade e de telemóvel 80 % mais caras do que nos custam a nós nos EUA?

Como podes tu dizer que sois pobres quando pagais comissões bancárias por serviços e por cartas de crédito ao triplo que nós pagamos nos EUA?

Ou quando podem pagar por um carro que a mim me custa 12.000 US Dólares (8.320 EUROS) e vocês pagam mais de 20.000 EUROS, pelo mesmo carro? Podem dar mais de 11.640 EUROS de presente ao vosso governo do que nós ao nosso.

Nós é que somos pobres: por exemplo em New York o Governo Estatal, tendo em conta a precária situação financeira dos seus habitantes cobra somente 2 % de IVA, mais 4% que é o imposto Federal, isto é 6%, nada comparado com os 20% dos ricos que vivem em Portugal. E contentes com estes 20%, pagais ainda impostos municipais.

Além disso, são vocês que têm "impostos de luxo" como são os impostos na gasolina e no gás, álcool, cigarros, cerveja, vinhos etc., que faz com que esses produtos cheguem em certos casos até 300 % do valor original, e outros como imposto sobre a renda, impostos nos salários, impostos sobre automóveis novos, sobre bens pessoais, sobre bens das empresas, de circulação automóvel.

Um Banco privado vai à falência e vocês que não têm nada com isso pagam, outro, uma espécie de casino, o vosso Banco Privado quebra, e vocês protegem-no com o dinheiro que enviam para o Estado.E vocês pagam ao vosso Governador do Banco de Portugal, um vencimento anual que é quase 3 vezes mais que o do Governador do Banco Federal dos EUA...

Um país que é capaz de cobrar o Imposto sobre Ganhos por adiantado e Bens pessoais mediante retenções, necessariamente tem de nadar na abundância, porque considera que os negócios da Nação e de todos os seus habitantes sempre terão ganhos apesar dos assaltos, do saque fiscal, da corrupção dos seus governantes e dos seus autarcas. Um país capaz de pagar salários irreais aos seus funcionários de estado e da iniciativa privada.

Os pobres somos nós, os que vivemos nos USA e que não pagamos impostos sobre a renda se ganhamos menos de 3.000 dólares ao mês por pessoa, isto é mais ou menos os vossos 2.080 €uros. Vocês podem pagar impostos do lixo, sobre o consumo da água, do gás e da electricidade. Aí pagam segurança privada nos Bancos, urbanizações, municipais, enquanto nós como somos pobres nos conformamos com a segurança pública.

Vocês enviam os filhos para colégios privados, enquanto nós aqui nos EUA as escolas públicas emprestam os livros aos nossos filhos prevendo que não os podemos comprar.

Vocês não são pobres, gastam é muito mal o vosso dinheiro.

(...)"
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Uma visão (redutora) do socialismo?

(também colocado no blogue http://lmbg.blogspot.com)
A pergunta do título seria mais justa de substituir por algo do género: uma crítica caustica ao uso da progressividade dos impostos (talvez, também, ainda mais pedagógico!).

Recebi por email (obrigado, A. A. Ribeiro!) esta verdadeira obra de arte sobre os nossos tempos e que pode constituir um caso de estudo para aulas de Ciência Política. Claro que pessoalmente bem que gostaria de ter essa esperança, de ser objecto de reflexão por quem de direito.

Um professor de Economia, que nunca tinha reprovado ninguém, reprovou numa ocasião uma turma inteira. Tal aconteceu porque a turma insistia que o socialismo era praticável e que através da simples cooperação tendo em vista um bem comum, se obteria um resultado mais igualitário e justo do que aquele que se obtinha através dos mecanismos de competição e emulação.
Ou seja, sustentava a turma que uma redistribuição do esforço de trabalho como a preconizada pelo socialismo era mais eficaz e justa que a proposta pela visão tradicional associada com o capitalismo.

O professor argumentou em vão pelo que, já em desespero, propôs a seguinte experiência: fariam os testes habituais, e a nota atribuída a cada um seria a média da turma. Os alunos aceitaram de imediato.

Todos tinham agora um objectivo comum e o resultado não poderia deixar de ser igualitário e justo.

No 1º teste, a média foi 15.
E aqui começaram os problemas. Aqueles que tinham estudado e a quem o teste tinha corrido bem, e que legitimamente podiam esperar um19 ou um 20, ficaram a remoer o desagrado.

Aqueles que nem sequer tinham pegado no livro, resplandeciam de felicidade e louvavam o socialismo. E a verdade é que se provava que todos passavam e com uma boa nota.

No 2º teste os que antes tinham estudado e feito bons testes, entenderam naturalmente que não necessitavam de se esforçar tanto. Já que iam ter 15 no máximo, escusavam de se matar a estudar. Os que antes não tinham pegado nos livros, mantiveram as mesmas opções. Não era necessário, a boa nota estava garantida.

Como é evidente, a média baixou para 11 e aí já ninguém ficou especialmente satisfeito. No teste seguinte a média foi 8. Instalou-se a desavença, fizeram-se acusações de sabotagem, de egoísmo, de falta de solidariedade, num clima generalizado de atribuição e descarte de culpa.

O resultado foi que ninguém mais queria estudar para não beneficiar os outros. E a turma reprovou.

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Se se pretender concluir algo, certamente será que, com o passar do tempo, sem recompensas individuais, não há incentivos duradouros ao esforço. Tirar aos que se esforçam para dar aos que não se mexem conduz, mais tarde ou mais cedo, à discórdia e ao fracasso, porque quando metade de um grupo interioriza a ideia de que que não precisa trabalhar, pois a outra metade irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim .



Pessoalmente penso que será óbvio que os mecanismos de coexão e de redistribuição de riqueza tem que existir, tanto mais que mercados perfeitos não existem. No entanto, com a passagem de tempo (que pode ser maior ou menor, consoante o contexto), mecanismos e medidas que não sejam entendidas como originadas num esforço justo comum, como as anteriormente relatdas constituem excelentes desmobilizadores de produção de riqueza pelo trabalho (claro que é apenas uma das vias, mas aquela que deveria ser a mais considerada... e é a mais equalitária... e parodoxalmente a mais socialista).

Curiosamente, existe quem vislumbre que o sistema de impostos progressivos que possui uma aparente justiça, também se traduz por enviar a cada indivíduo uma mensagem que pagará mais por trabalhar mais - e neste caso, considera-se trabalho com sentido físico em que a força (de trabalho) está sujeita a deslocação (de valor). Nesse sentido, tanto o sistema de impostos progressivos como a inflação de subsídios e subvenções sociais, podem ser tomados como uma perspectiva ou visão redutora do socialismo? Parece que do incentivo ao trabalho o são...
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Uma explicação para o sistema de impostos

(republicado do blogue http://lmbg.blogspot.com/

Nas habituais e comuns viagens pela World Wide Web, é comum encontrar textos bastante curiosos. O seguinte, adaptado da Web (o original foi modificado, mas permitia essa liberdade de poder ser adaptado) é extremamente crítico do actual sistema de impostos.
Para refletir!

Uma explicação do sistema de impostos:
Suponha que a cada dia, um grupo de dez homens reunia para beber uns copos e conversar e que a conta associada para todo o grupo era de 100 euros. Se cada um destes homens pagasse a conta da mesma forma que pagamos os nossos impostos, seria algo do género:

Os primeiros 4 homens (os mais pobres) não pagavam nada
O quinto pagava 1 euro
O sexto pagava 3 euros
O sétimo pagava 7 euros
O oitavo pagava 12 euros
O nono pagava 18 euros
O décimo (o mais rico) pagava 59 euros

De forma a ser mais justo, foi precisamente esta a situação tomada pelo grupo para pagar as despesas do seu encontro diário.

Deste modo o grupo encontrava-se diariamente e pareciam todos bastante satisfeitos com o seu acordo. Até que um dia, o dono do bar onde se reuniam alterou o estado das coisas.

De facto, o dono do bar, constatando que tinha no grupo bons clientes, decidiu reduzir o custo da sua despesa em 20 euros. Desta forma, a despesa comum passou dos 100 euros iniciais para 80 euros.

O grupo pretendeu continuar a pagar a sua despesa da mesma forma que pagamos os nossos impostos. Deste modo, os primeiros quatro homens não foram afectados, pois continuavam a consumir as suas bebidas sem custos. Mas o que acontece com os outros seis homens; os clientes que pagam a conta? Como podem eles dividir os 20 euros, de modo a que cada um deles receba a sua parte justa?

O grupo verificou que os 20 euros divididos por seis permitiam um desconto de 3.33 euros a cada. Mas se subtraíssem essa quantia das contas de todos, o quinto e o sexto homem seriam pagos para tomar as respectivas bebidas. Assim, o dono do bar sugeriu que seria justo que a conta fosse reduzida a cada homem, sensivelmente o mesmo montante, mas assegurando que os valores não fossem negativos. Com base nesses cálculos foi obtida uma nova tabela de pagamentos:

O quinto homem, tal como os primeiros quatro, não pagava nada (100% de poupança)
O sexto homem pagava agora 2 euros em vez de 3 euros (33% de poupança)
O sétimo homem pagava agora 5 euros em vez de 6 euros (28% de poupança)
O oitavo homem pagava agora 9 euros em vez de 10 euros (25% de poupança)
O nono homem pagava agora 14 euros em vez de 18 euros (22% de poupança)
O décimo homem pagava agora 49 euros em vez de 59 euros (16% de poupança)

Cada um dos seis homens estava melhor do que antes e os primeiros quatro continuaram a ter as suas bebidas grátis. Mas uma vez fora do bar, os homens começaram a comparar as suas poupanças:

- "Eu apenas recebo um euro dos 20!", exclamava o sexto homem, e apontando para o décimo homem, afirmava "mas tu recebes 10 euros!".

- "Sim! isso é verdade", afirmou por sua vez o quinto homem e continuou: "Eu apenas poupo um euro, também. Não é justo que ele receba dez vezes mais do que eu recebo...".

- "É verdade!!!" - gritou o sétimo homem, acrescentando: "porque razão recebe ele 10 euros, quando eu apenas recebo 2? O homem rico tem sempre todos os benefícios!".

- "Esperem um momento", disseram ao mesmo tempo, os primeiros quatro homens: "Nós não recebemos absolutamente nada. O sistema explora o pobre!".

Assim, o nono homem aproximou-se do décimo e tocou-lhe nas costas como querendo partilhar a sua não concordância com os demais.

Na noite seguinte, o décimo homem não apareceu para as bebidas (foi uma surpresa...), pelo que os nove homens decidiram mesmo assim reunir como de costume e beber eles mesmos.

Mas, na altura de pagar a conta, descobriram algo de muito importante: não tinham dinheiro suficiente para o fazer! Mesmo entre todos, não chegava para pagar metade da conta.

É assim que o nosso sistema de impostos funciona!
As pessoas que pagam as maiores taxas também têm o maior benefício de uma redução de impostos.

Se forem demasiadas as taxas de impostos, se os que possuem mais recursos forem atacados por isso mesmo, podem deixar de aparecer para pagar as bebidas.


Fim de estória!

Para os que entendem, nenhuma explicação adicional é necessária.
Para aqueles que não entendem, nenhuma explicação é possível.

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Enfim, durinho, mas que dá que pensar, dá...
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Saber viver e amor próprio

Texto de Charlie Chaplin (1989-1977)

http://en.wikipedia.org/wiki/Charlie_Chaplin


Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato. E, então, pude relaxar. Hoje sei que isso tem nome… Autoestima.

Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia e meu sofrimento emocional, não passam de um sinal de que estou indo contra minhas verdades. Hoje sei que isso é… Autenticidade.

Quando me amei de verdade, parei de desejar que minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para meu crescimento. Hoje chamo isso de… Amadurecimento.

Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo forçar alguma situacão ou alguém, inclusive a mim mesmo, somente para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou que a pessoa não está preparada. Hoje sei que o nome disso é… Respeito.

Quando me amei de verdade, comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável… Pessoas, tarefas, toda e qualquer coisa que me pusesse para baixo. Inicialmente, minha razão chamou a essa atitude de egoísmo. Hoje sei que isso se chama… Amor próprio.

Quando me amei de verdade, deixei de temer meu tempo livre, desistí de fazer grandes planos e abandonei os projetos megalomanos para o futuro. Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo. Hoje sei que isso é… Simplicidade.

Quando me amei de verdade, desistí de querer ter sempre razão e, dessa maneira, errei menos. Hoje descobri a… Humildade.

Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de me preocupar com o futuro. Agora, mantenho-me no presente, que é onde a vida acontece. Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é… Plenitude.

Quando me amei de verdade, percebi que a minha mente pode atormentar-me e decepcionar-me. Mas, quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada. Tudo isso é… SABER VIVER!

Não devemos ter medo dos confrontos… até os planetas se chocam e do caos nascem as estrelas
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